Esse post é uma continuação das histórias de Martino:
Post 1 – Martino – http://wp.me/pA9ks-1t
Post 2 – Martino: As Três Tarefas – http://wp.me/pA9ks-1A
Post 3 – Martino: Vamos Machucar um Coração – http://wp.me/pA9ks-1F
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Maravilhoso mesmo era apreciar a luz fortíssima que jorrava dos vãos da parede. Era um espetáculo único, e ele o apreciava agora. O corredor, antes cinzento e obscuro, agora era branco como… luz!
Mais uma vez parou, olhou para cima e mandou quatro beijos. Pôs a mão no bolso dos jeans: o romance ainda estava ali.
Agora, mais do que nunca, precisava de uma boa noite de sono. Não dormia bem há muito tempo; andava dormindo pouco. Adoraria deitar em uma cama bem confortável e dormir durante boas doze horas.
Começou a andar, mas dessa vez a passos rápidos, ágeis. De repente poderia encontrar algo novo nesse corredor que agora brilhava.
Começou a correr. O vento batia em seu rosto e levava seus cabelos para trás. As roupas colaram no corpo e a respiração ficou acelerada. Seu aspecto jovem e sorridente combinava perfeitamente com o branco brilhante do corredor.
Enquanto corria, percebia que o corredor ia ligeiramente começando a se expandir. Continuou correndo. Pouco tempo depois, o corredor se apresentava duas vezes mais largo do que era antes. Martino percebeu também que o material do corredor ia mudando. Antes feito de pedra, agora apresentava paredes do mais lindo e puro mármore. Reduziu o passo a partir daí.
Começou a andar com calma. Estava ofegante e tinha os olhos bem abertos, atentos, observando tudo à sua volta. Olhou para cima: O teto parecia ser feito de mármore também, mas era de lá que a luz vinha, agora. O teto brilhava.
Mais à frente, alguns quadros estavam dispostos nas paredes. Parou na frente de cada um deles.
O primeiro apresentava o perfil de um homem. Este usava vestes vermelhas, uma touca branca sob um véu vermelho de tecido grosso e uma folha de loureiro envolvendo sua cabeça. Tinha uma expressão séria e serena, que transmitia segurança. Parecia olhar para frente, para o futuro, mas sem se esquecer do presente. O nariz era curvado e grande, assim como o queixo. Era Dante Alighieri, assim como dizia a inscrição na base da moldura.
Martino, de braços cruzados, observou o quadro durante um bom tempo. Além de ser uma obra de arte, era sobre alguém importante; alguém que tinha uma história de vida sofrida, mas bonita. Suas obras literárias também eram de seu interesse. Admirava Dante Alighieri.
Prosseguiu para o próximo quadro. Esse mostrava um homem com um chapéu marrom, camisa azul de manga longa e um colete bege meio surrado. O sol batia em seu rosto, o que destacava sua expressão de artilheiro. Sua mão direita encontrava-se enfaixada, provavelmente para sanar algum machucado razoavelmente grave. Segurava um revolver enorme com a mão esquerda e uma rosa com a direita. Estava no meio de várias outras rosas. Este era Roland Deschain.
Dessa vez, Martino se identificou. Estava observando a pintura de um personagem fictício, mas de história de vida tão admirável quanto à de Dante. Roland sempre perseguiu seus objetivos com tenacidade impressionante e nunca deixava nenhum problema abatê-lo. Seus pensamentos sistemáticos sempre o ajudaram a chegar longe, e Martino havia adotado essa característica. Força de vontade e obstinação emanavam daquela pintura, e Martino se sentiu satisfeito ao sentir isso.
Havia ainda uma série de quadros. Martino observou um a um com igual atenção.
Ao terminar de analisar o último quadro, Martino olhou para frente e se surpreendeu. O corredor acabava e dava lugar a uma enorme sala oval. Mais à frente, o corredor continuava.
Descruzou os braços e caminhou vagarosamente em direção à sala. Chegou ao começo do perímetro da sala e parou. O chão, de mármore, começava a ser coberto por um enorme e garboso carpete vermelho. Logo na entrada, duas poltronas luxuosíssimas: uma à esquerda e outra à direita. Estavam viradas para o meio do salão.
Martino transpôs o perímetro como quem pede licença para entrar em uma casa. Observou tudo à sua volta. Nunca esteve em um lugar tão luxuoso e tão rico como aquele. Tudo tinha detalhes. O enorme lustre no centro da sala era magnífico, todo de cristal. As “gotas” de cristal que pendiam das beiradas brilhavam como a luz que Martino acendera com a mão, mas não brilhavam tanto assim.
Por toda a parede, que tinha um tom vermelho escuro, quadros, mosaicos e outras antiguidades. A sala parecia reunir dezenas de itens raros de todas as épocas e lugares do mundo.
No centro da sala, um enorme tapete circular cheio de desenhos e detalhes. Martino julgava ser um tapete mais luxuoso que os mais caros tapetes persas. No meio, uma mesa de centro de madeira nobre e extremamente polida. As bordas tinham detalhes de ouro. Apesar de simples, era linda. Sobre ela, uma pequena caixa retangular vermelha com detalhes em azul escuro. Chegou mais perto.
Havia uma poltrona de cada lado da mesa de centro. Estavam dispostas de modo que quem sentasse ali poderia ter uma boa conversa com quem sentasse do outro lado.
Olhou para a direita e viu um enorme espelho na parede. Viu seu reflexo nele, mas viu também uma pessoa logo atrás dele. Virou-se rapidamente, pronto para o que se sucederia, mas a pessoa levantou a mão como se dissesse: “Espere”. Quando fez isso, Martino viu que ela usava anéis prata nos dedos. Eram lindos anéis.
A pessoa vestia uma burca preta. Apenas seus olhos podiam ser vistos. Martino logo percebeu que era uma mulher. Olhou no fundo de seus olhos e viu muita beleza ali.
A pessoa apontou para a poltrona mais próxima de Martino, convidando-o a sentar. Martino se sentou, assim como a mulher. Estavam agora um de frente para o outro, prontos para “ter uma boa conversa”.
Como era bom poder sentar-se em algo confortável. Sentiu que poderia até dormir ali.
– Olá, Martino. – Disse a mulher. A voz era suave.
– Olá.
– Trilhou um caminho razoavelmente longo até aqui, não?
– Sim. Tenho algumas perguntas. Gostaria de algumas respostas.
– Eu sei, mas vamos deixar isso para depois. Primeiro eu tenho algo a pedir.
Martino apenas esperou que ela completasse.
– Pegue o romance em seu bolso.
Martino colocou a mão no bolso e tirou o romance.
– Leia-o para mim. – Disse a mulher.
Por um instante o silêncio reinou, e houve apenas o encontro dos dois olhares, mas logo Martino desdobrou o papel.
Deu uma olhada no romance, observou as palavras.
Olhou mais uma vez nos olhos da moça, voltou a atenção ao papel e começou a ler seu romance em voz alta.
Autor: Rafael Mendes da Silva
Adorei! Você escreve de um modo que prende a atenção do inicio ao fim. Agora quero ler o romance! (:
Beijão
Aiiinn, to ansiosa demaaais! Fiquei curiosa agora! Quero ver esse romance!
Rafa, como vc escreve beem meeu! To amando essas histórias! Quando chega o próximo post? Romanceeeeeeee! *——*
Os detalhes dos seus textos me deixam maravilhada. Parabéns!
Ameeeeeeeeei! Quando tem a continuação?? Quero ler seu romance! Vc escreve coisas tao lindas! OMG’ *-* Parabens Rafa! D vdd!
Martino é o cara; beijos.
É corajoso, romântico e – na minha imaginação – é lindo.
Quero a continuação dessa história. *—-* LOGO!