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Archive for janeiro \11\+00:00 2013

20130111-035832.jpgEm tempos como este, principalmente à noite, não existe sentimento que consiga ser mais cruel que a nostalgia. A tortura de saber que o inalcançável bate à porta de sua mente e de seus pensamentos, quase se insinuando, seduzindo, é latente e quase mata.

O relógio na parede me tortura com seus tiques, que só martelam em minha cabeça a certeza de que o tempo avança, deixando-me cada vez mais distante da utopia que vivi, e que só chamo de utopia (e que só se tornou utopia) porque percebo que era algo perfeito e, agora, inalcançável. Tomo o relógio em minhas mãos e desesperadamente retrocedo os ponteiros, na vã esperança de voltar no tempo. Sentado no chão da sala, tomo alguma ciência de minha loucura e levo as mãos à cabeça. Não há o que fazer. A vida é cruel assim, toma os rumos que bem lhe entendem e atropela qualquer um que ao menos deseje o contrário. E assim me sinto: atropelado. Toda a inocência e a esperança ficam ali, derramadas no chão como sangue de um baleado. Recolho o que resta delas, e tento me manter de pé, vivo, por mais que sinta espinhos sob os pés. E nessa caminhada, sangro e choro, mas não é nada que até mesmo um soldado em uma guerra injusta não tenha feito. Cada um tem a sua história, seus dramas, suas saudades, suas rosas e seus espinhos.

Olhando para trás, vejo tudo ficando pequeno, quase sumindo; é quase como estar em um trem, e pular pela janela não vai adiantar nada. Olho para frente, e forçadamente aceito o fato de que não posso retornar a um passado que, só agora, parece brilhante e maravilhoso; estou numa viagem só de ida. Faz-me pensar. E muito.

Música, por favor, e bons livros para esta longa viagem. Grato.

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