“Uma estrada leva até seus olhos; esses olhos que, bem abertos, me fitam com amor e sede, cheios de vontade. O flerte é longo, cheio de energia; parece mesmo que o abraço forte é iminente. E se teu corpo encontra o meu, o fim se consolida. Mas que fim? O fim de toda a angústia e de toda a saudade. Se sua saudade é grande, a minha não cabe dentro do meu enorme coração, que pulsa todos os dias para que sua memória continue viva dentro de mim. O ar que eu respiro pode ser o mesmo que passou como uma brisa pelo seu delicado pescoço, e isso traz a sensação de satisfação e deleite. Em inúmeros quadros pendurados em centenas de cantos da minha memória e do meu coração, ficam imagens de nós dois. Algumas são reais, e outras são apenas pinturas que minha mente fez questão de pintar durante o desespero causado pela falta do seu toque. Aqui e ali posso sentir o toque de seus cabelos, que carregam também o maravilhoso e hipnótico cheiro do seu perfume. Que nome posso dar à sensação de ter você em meus braços durante as noites solitárias e frias? Ilusão? Não, não pode ser ilusão, pois é real demais. Certamente o amor está presente nessas noites, mesmo na falta de um segundo coração pulsando junto ao meu, pois o amor não conhece fronteira alguma e é, por si só, onipresente.”
Autor: Rafael Mendes da Silva